Um ano das denúncias de assédio na UESB e mais
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| ESQUENTOU A SEMANA |
Um ano após denúncias de assédio, comunidade cobra implantação de protocolo de combate às violências moral e sexual na UESB
“Nós nos envergonhamos profundamente do que aconteceu aqui por parte da gestão da universidade”. A afirmação feita pela professora Suzane Tosta durante o ato “Mulheres contra o Assédio”, promovido na última quarta-feira, 13, pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), expressa um sentimento compartilhado por muitas pessoas da comunidade interna e externa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) diante da demora da reitoria em implementar medidas efetivas de combate às violências moral e sexual na instituição. Um ano após as denúncias feitas por profissionais da Assessoria de Comunicação (Ascom) e do Sistema UESB de Rádio e Televisão Educativas (Surte), ainda não foi estabelecido um protocolo definitivo contra uma prática sobre a qual vinha se jogando panos quentes. Foi assim por muito tempo. Mas está mais do que na hora disso mudar.
Apesar do tema ter vindo à tona somente em março do ano passado, ganhando repercussão estadual, com manchetes nos principais jornais da Bahia, o assunto não é novidade para muitos que já passaram pela universidade e têm consciência, seja como vítimas ou testemunhas, do fato da comunidade acadêmica reproduzir várias das estruturas machistas e opressoras presentes em nossa sociedade. E isso, vale repetir, precisa mudar. Para quem ainda prefere tapar os olhos diante dessa realidade, recomendamos a leitura do livro-reportagem “Vozes - assédio sexual na universidade: quem sofre, quem faz, quem vê, quem se cala”, da escritora e jornalista Giulia Santana.
Ex-aluna da instituição, ela detalhou, no livro publicado em 2019, relatos de estudantes que foram vítimas de assédio no meio acadêmico e expôs os bastidores de denúncias que nem sequer vieram a público na imprensa, além de conversar com especialistas sobre o que acontece depois que a violência é cometida. De lá para cá, não apenas um, mas cinco anos se passaram. Quantas outras denúncias podem ter sido silenciadas ou ignoradas durante todo esse período? Nunca saberemos. É por isso que não dá mais para a UESB nem qualquer outra instituição manter uma postura que não encara o tema e a adoção de medidas práticas contra o assédio como uma prioridade.
Não é à toa que o Ministério Público do Trabalho (MPT) tenha movido uma Ação Civil Pública contra a universidade por dano moral coletivo após concluir que a universidade “foi leniente em não adotar providências imediatas para fazer cessar as ocorrências de assédio moral relatadas à Ouvidoria da instituição”. Só foi também cerca de nove meses após as denúncias que a instituição anunciou, em dezembro de 2023, a elaboração de um Plano de Ação de Prevenção e Combate ao Assédio Moral e Sexual.
Mas nenhum documento protocolar foi, até então, apresentado oficialmente à comunidade. Algo que possa ser consultado e efetivamente compreendido considerando as suas diferentes características, estratégias e instâncias de atuação. Além disso, coincidentemente dois dias após o ato promovido pelo Sinjorba, a UESB divulgou, nesta sexta-feira, 15, a realização de uma mesa-redonda sobre assédio nos três campi da instituição. A impressão que fica continua sendo a de que as coisas só acontecem com base na pressão pública. E não é para ser assim, sobretudo quando se trata de uma prática que é não só opressora e violenta, mas também criminosa.
| O QUE MAIS ROLOU |
Vitória da Conquista é contemplada pelo Novo PAC Seleções
Sete propostas encaminhadas pela Prefeitura de Vitória da Conquista foram escolhidas para participar do Novo PAC Seleções, programa do Governo Federal que destina investimentos para a construção e a entrega de equipamentos públicos. O investimento será aplicado nas áreas da saúde, educação e infraestrutura social, como construção de creche, Unidade Básica de Saúde (UBS) e reforma de espaço público.
Unidades de saúde passaram a funcionar em horário estendido em Conquista
Oito unidades de saúde estão atendendo em horário estendido desde quinta-feira, 14, com o intuito de melhorar o acesso ao serviço diante da epidemia de dengue, em Vitória da Conquista. Os postos Régis Pacheco, Dr. Admário Santos, Panorama e Conveima estão abertos das 17h às 22h, de segunda a sexta, e das 8h às 13h aos sábados. Já as unidades de saúde Solange Hortélio, Nova Cidade, Morada dos Pássaros e João Melo Filho estão funcionando das 14h às 22h, além da manhã, até o final de março.
Prefeitura lança concurso para níveis médio e superior
De 14 de março até 8 de abril estão abertas as inscrições para concurso público em Vitória da Conquista. São 182 vagas distribuídas em 42 cargos que perpassam por assistente administrativo, educador social, monitor escolar, economista, bibliotecário, entre outros. 5% das vagas serão destinadas a pessoas com deficiência.
Líder comunitário cobra melhorias para os bairros Renato Magalhães e Vila Elisa
Durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista desta sexta-feira, 15, o líder comunitário Raimundo Aurílio apresentou demandas dos bairros Renato Magalhães e Vila Eliza. Dentre elas, estão a pavimentação de avenida, recuperação de quadras poliesportivas e a construção de um posto de saúde para atender as localidades.
Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda, 18, em Conquista
Realizada comumente entre os meses de abril e maio, a campanha nacional de vacinação contra a influenza foi antecipada para o mês de março e começa nesta segunda-feira, 17, devido ao aumento da circulação do vírus respiratório. Em Vitória da Conquista, os imunizantes estarão disponíveis em todas as unidades de saúde, exceto as da Nova Cidade, João Melo, Solange Hortélio e Morada dos Pássaros, que estão funcionando no modo sentinela.
| PRA FICAR DE OLHO |
Conquistenses denunciam dificuldade de doar sangue no Hemocentro Regional
Na última terça-feira, uma moradora denunciou ao Blog do Sena a dificuldade de doar sangue no Hemocentro Regional de Vitória da Conquista. Com o aumento dos casos de dengue no município, a procura por doação e bolsas de sangue também cresceu, mas a unidade não tem equipamentos suficientes para atender a demanda. Em nota, o Hemoba informou que uma nova unidade está em construção e deve ser entregue em breve à população do Sudoeste baiano.
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